Com o texto abaixo: Minha história de vida é uma verdadeira analogia. Sou filha de um pai negro e uma mãe branca, e tive a sorte de ter um pai incrível, que foi o primeiro de uma família numerosa a conquistar um diploma de engenheiro e fazer pós-graduação. Ele sempre foi um apaixonado pelos estudos e incentivou suas filhas a lerem e estudarem desde cedo. Lembro-me dele comprando livros para nós e nos estimulando a explorar o mundo através das palavras.
No entanto, nem tudo foi fácil para mim. Desde a infância, senti o peso do colorismo. Nas apresentações escolares, sempre era colocada no fundo, na fila da escola, atrás dos meus colegas. Um dos meus amigos chegou ao ponto de me chamar de ‘senzala’, o que me deixava extremamente magoada. Mas mesmo sendo pequena, tive coragem de denunciar essa situação à diretora, que o repreendeu. Infelizmente, isso resultou em represálias por parte dos meus colegas de classe.
Essas experiências moldaram minha vida de várias maneiras. Sempre tive dificuldades em aceitar a mim mesma, inclusive meu cabelo. Evitava tirar fotos para não destacar meus traços negros. Mas, ao invés de me deixar abater, decidi transformar essas dificuldades em força. Foi assim que me tornei uma pesquisadora do colorismo.
Hoje, minha jornada é dedicada a entender e combater os estereótipos e preconceitos baseados na cor da pele. Quero ajudar outras pessoas a se aceitarem e a celebrarem sua beleza única. Acredito que todos nós temos o direito de sermos vistos e valorizados, independentemente de nossa cor ou origem.
Minha história pode ter começado com desafios, mas estou determinada a escrever um final de superação e empoderamento. E espero que, ao compartilhar minha história, possa inspirar outras pessoas a abraçarem sua própria jornada e a se amarem incondicionalmente, assim como eu aprendi a fazer.
